Neste embate entre a prefeitura
de Cachoeiro e o Sindimunicipal é fácil perceber que nem tudo está nos trilhos.
É legítimo a categoria reivindicar melhorias salariais, não só por merecimento,
mas por direito. Porém, quando não há dinheiro, findam-se as possibilidades de
benefícios.
Em abril, o prefeito Casteglione
anunciou, naquele ‘pacote de péssimas notícias’, que o município não tinha
condições de conceder reajuste por conta da queda na arrecadação e em respeito
à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Foi justamente no mês da
data-base. Lembro que o presidente do Sindimunicipal, Jonathan Willian,
compreendeu o momento de crise da prefeitura e não pôs ‘fogo na fogueira’.
Estranho.
Meses depois, começou no país a
onda de manifestações, na qual Cachoeiro também surfou. Todos nas ruas, com
exceção do Sindimunicipal. O silêncio soou estranho, pelo menos para mim,
acostumado a ver e ouvir os protestos do sindicato contra o atual governo e o
anterior.
E o Sindimunicipal só foi às ruas
no momento final das manifestações, quando o movimento já perdia adesão. O
silêncio foi incompreensível, até porque seria um ‘prato cheio’ para os
sindicalistas. Enfim. Na minha avaliação, o Sindimunicipal pecou e nunca
confessou as suas razões para a inércia.
E outra: já que compreendeu o momento
de crise da prefeitura, que continua levando ‘capotes’ da ‘marolinha’
econômica, por qual motivo a compreensão acabou? Por que antes o governo não
tinha condições de conceder melhorias aos servidores e agora tem?
A prefeitura, mais uma vez em sua
comunicação, também falhou. O documento no qual o Tribunal de Contas alerta
sobre a impossibilidade de concessão de benefícios foi recebido no dia 26 de
julho.
De lá pra cá, ao invés de tornar
pública a notificação, guardou a sete chaves e comunicou somente à comissão que
representava os funcionários, talvez acreditando que o sindicato defenderia o
seu argumento junto aos servidores.
Excessos
Equívocos à parte, o que se vê
agora é um desvio de foco por parte dos sindicalistas. Querem pressionar os
vereadores a abrir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) com a finalidade
única de afastar Casteglione do cargo de prefeito.
Fica evidente o excesso, uma vez
que os 15 itens que constam na pauta de reivindicação dos servidores públicos,
que almejam dignidade, não têm relação com a movimentação política paralela que
se desenha. Está claro que o movimento grevista começa a produzir joio e trigo.
Por outro lado, alguém precisa
informar a prefeitura que, com os índices da LRF extrapolados, não se pode dar
reajuste salarial e, muito menos, fazer novas contratações – o que foi
publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (5).
Nenhum comentário:
Postar um comentário